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Lembranças.



A manhã de sábado chegava lenta e preguiçosamente. Do mesmo modo ela ia acordando. Notou logo de cara um ar diferente naquele dia ensolarado. Era o primeiro final de semana sozinha, sem ele. Fazia juras em pensamentos pra si mesma: "Não vou pensar nele. Não vou pensar nele...", mas era inútil tentar não pensar. Prometeu que aquele dia seria dela. Iria sorrir mesmo sem vontade, como sempre fazia.

Dirigiu-se ao banheiro e o que era pra ser uma ducha rápida, tornou-se um banho em um mar de nostalgia.
Saiu do banheiro e mesmo sem querer, jogou-se na cama e ali ficou por um bom tempo, visualizando cada momento que esteve com ele nos quatro cantos de seu quarto. As memórias atingiam seu peito como um raio atinge o chão, principalmente ao se dá conta que o amor havia fechado as portas para ela.

Era isso que acontecia toda vez que se encontrava vazia de pensamentos e sentimentos: lembranças de um tempo que não voltariam mais, chagavam, se instalavam, e não a deixavam mais em paz. Mas ela sabia que não poderia mais maltratar a si mesma, tinha que ser forte. Por ela.

Levantou da cama decidida à viver o dia. Encontrou no seu guarda-roupa um vestido que estava esquecido ali. Colocou-o, arrumou o cabelo, deu uma rápida olhada no espelho e pensou consigo: "eu SOU linda!".
Foi até a sala e notou que estava sozinha em casa. Sentou-se no sofá, ligou a TV e mudou de canal umas vinte vezes, pra só então admitir que não passava nada de interessante e enfim desligá-la novamente. E ali permaneceu. Imóvel. Não tinha noção de quanto tempo já havia passado. Abraçou as pernas e mentalizou ele mais uma vez. Parecia tão real, até dava pra sentir o seu cheiro. E assim continuou, tentando enganar a si mesma.



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